19 de jul. de 2009

Viver sem julgar

Já reparou como é difícil viver sem julgar os outros?

Sem percebermos, passamos o tempo todo pregando rótulos em quem cruza nosso caminho. Quase todos, negativos.

Quem ultrapassa nosso carro pela direita é um louco irresponsável.

O colega de trabalho que elogia o chefe é um puxa-saco inveterado.

Alguém que nos olha de cara fechada é grosseiro e ignorante.

A mãe que dá um refrigerante para a criança é descuidada com as cáries.

O homem que fala ao celular no elevador cheio é um mal educado.

A questão é que nós taxamos essas pessoas sem ao menos ouvir o lado delas. Preferimos julgar e condenar assim, só de olhar.

Não cuidamos de saber se quem dirige perigosamente está em urgência, ou se o assunto objeto da conversa no celular é importante, ou se o dono da cara feia teve um dia ruim. Nós simplesmente julgamos.

E sabe porque fazemos isso?

Por causa do orgulho. Quando desferimos julgamentos assim, a torto e a direito, estamos dizendo a todos, nossa, como vocês fazem coisas erradas; eu não as faço.

Achamos que somos melhores que os outros; por isso condenamos aquilo que enxergamos de errado. Quando chamo alguém de louco no trânsito, por conta de alguma infração, é como se eu dissesse baixinho comigo: eu não faço isso, não sou como eles.

O orgulho nada mais é do que isso: uma falsa visão de que somos melhores que os outros, que merecemos o melhor da vida, que nada de ruim pode nos atingir. Julgar os outros é um indício dessa característica.

Por isso, a advertência inesquecível de Jesus: aquele que estiver sem pecados, que atire a primeira pedra.

Sim, eu já cometi infrações de trânsito, já olhei de cara amarrada para os outros, já falei ao celular no elevador, no consultório médico, no plenário, na igreja, no volante do carro...

E ainda vou questionar se tenho direito de julgar os outros...

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