8 de mar. de 2009

Honrar pai e mãe

Eu disse aqui, certa vez, que os filhos devem grande consideração às respectivas mães pelo que elas passam, durante a gravidez, para concretizar um "projeto de gente".

Depois do parto, mudo meus conceitos. Os filhos precisam não apenas respeitar, mas sim venerar seus pais.

Só de pensar em quanto trabalho dei a meus pais, acordando a cada duas ou três horas, sujando uma quantidade incrível de fraldas (e olha que no meu tempo era só fralda de algodão), precisando de um super cuidado na hora de ser carregado, e isso tudo 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem direito a intervalo ou refresco.

Ao contrário de outros animais, que por vezes já nascem prontos para enfrentar os desafios da vida adulta sozinhos, nós humanos precisamos de muito apoio no início de nossas vidas. Muito mesmo. Sem isso, não sobreviveríamos nem à primeira noite. Os pais precisam se dedicar bastante a sua prole, pois são imprescindíveis a orientação, os cuidados e as providências por estes adotadas.

E como a Vida é para lá de sábia, esses mesmos pais que cuidam de nós tornam-se, com o passar do tempo, necessitados de nossa atenção. É como se eles se transformassem nas crianças e nós nos adultos respeitáveis que deles tomam conta.

Esses pensamentos circularam em minha mente um bocado nesta semana. No domingo passado, a imprensa de Manaus publicou reportagens a respeito da Fundação Dr. Thomas, um asilo público aqui existente. No texto, os profissionais responsáveis pela instituição esclarecem a população sobre os critérios de admissão de novos internos.

De maneira muito didática, eles explicam: só são admitidos na Fundação idosos em situação de risco, seja por abandono, maus tratos ou extrema pobreza da família. Tive a impressão que eles estavam prestando esclarecimentos sobre porque negam pedidos para internar idosos. Sempre era enfatizado: enquanto puder permanecer com a família, melhor.

E, infelizmente, deve ser uma realidade da instituição ser procurado por aqueles que querem lá deixar seus idosos, sem maiores preocupações. Se tivéssemos uma memória mais completa, que abrangesse os primeiros dias de vida, ou mesmo um senso de responsabilidade mais apurado, certamente adotaríamos outra solução para o caso.

Solução essa que todos conhecemos, e está nos preceitos religiosos: Honrar pai e honrar mãe. Não fala honrar pai sadio, ou honrar só a mãe que não reclama. Honrar, sempre.

3 de mar. de 2009

Ah, os pais...

Os pais, quando olham o bebê, riem.

Quando ele chora.
Quando ele ri.
Quando ele dorme.
Quando acorda.
Quando faz cara feia.
Quando faz beicinho.
Quando faz xixi.
Quando faz cocô.
Claro, quando solta pum.
Quando arrota.
Quando mama muito.
Quando não quer mamar.
Quando olha fixo para os pais.
Quando olha para lugar nenhum.
Quando chora às três da manhã (e às quatro, às cinco...).
Quando faz xixi na fralda recém trocada.
Quando espirra.
Quando puxa os próprios cabelos.
Quando puxa os cabelos dos pais.
Quando toma sol.
Quando se espreme todo com cólica.
Quando suspira de satisfação após uma mamada intensa.
Quando tem soluço.
Quando mama para curar o soluço.
Quando fica uma gracinha com o body que a tia deu.
Quando perde roupas a galope.
Quando percebem que a fralda acabou.
Quando colocam, pela enésima vez, a meia que o bebê insiste em tirar.
Quando espantam o cachorro, que ainda não conseguiu lamber o bebê.

Enfim, com um bebê, não existe hora em que os pais não riem.