20 de mai. de 2010

Amor de Capim

Estava vendo TV e surgiu uma propaganda da Som Livre, anunciando um CD dos Aviões do Forró. De longe deu para ver minha cara torcida.

A primeira música anunciada tinha um nome bonito, feito capim. A vocalista começou a cantar, o amor é feito capim, a gente planta, ele cresce...

Fiquei surpreso, e até feliz, com a letra. Lembrei na hora de uma história infantil, o capim e o carvalho, que fala sobre a humildade. Sobre como um capim humilde, que se dobra ao vento, consegue enfrentar a tempestade, enquanto um carvalho orgulhoso é derrubado. Aqui no Amazonas essa história se chamaria "A Canarana e a Castanheira".

Estava enlevado com a lembrança e concordando que o amor, de fato, requer cuidados para nascer, crescer e se manter. E pensei, inocente, que a música falaria sobre isso.

Foi quando a vocalista completou o raciocínio:

"O amor é feito capim, a gente planta, ele cresce, aí vem uma vaca e acaba com tudo..."

Nem preciso contar de minha decepção. Mas, em se tratando de banda de forró, esperar o quê?!

E foi quando concluí: quem planta o amor como capim, que nasce de repente, cresce sem que a gente perceba, fica sujeito de fato às vacas do caminho. O amor, penso, deve ser plantado como uma árvore frondosa, que dá mais trabalho para cultivar mas dura muito mais tempo, é mais estável e resiste a qualquer tipo de herbívoro.