23 de set. de 2010

Acontece

Há algum tempo eu uni os três blogs que mal e mal conduzia em um só, o ariramba.blogspot.com, o qual incorporou o Pai Distraído.

Mesmo tentando disfarçar um pouco, o Pai aqui continua pra lá de distraído.

Todas as madrugadas o Pedro mama. Começa a choramingar, às vezes chega a berrar. A babá eletrônica nos avisa e assim saciamos a fome do garotinho. Para adiantar as coisas, deixamos a mamadeira já com a medida de água, o leite em pó e o mucilon a postos. É só juntar tudo, chacoalhar e servir ao insaciável.

Nesta noite, Pedro iniciou suas reclamações. Levantei-me atabalhoado, caindo de sono. Preparei a mamada e servi, permanecendo de guarda ao lado do berço.

Notei que ele quase não mamou. Esforçou-se, mordeu o bico e deu-se por satisfeito. Assim, deixei a mamadeira na bancada, retornei ao quarto e resmunguei com minha esposa: "Ele não tomou quase nada".

Passado algum tempo, e já vencido mais uma vez pelo sono, tornei a ouvir as lamentações, agora mais fortes. Pensei, agora ele toma o resto. Levantei-me e servi a mamadeira.

Mais uma vez repetiu-se a cena: mordidas, caretas e nada do líquido sumir.

Intrigado, e sonolento, peguei a mamadeira e comecei a imaginar o que estava errado. Às vezes, colocávamos um bico inadequado, com um furo muito pequeno, e a criança tinha dificuldades para sorver o conteúdo. Aproximei a garrafa da luz para tentar visualizar o bico quando percebi o que estava errado.

A tampa da mamadeira estava lá, intacta. Poderia ela ser sugada por um aspirador que nenhum leite sairia.

Retirei assim a tampa e devolvi o petisco a seu dono. Em segundos o conteúdo foi engolido, e todos dormiram felizes para sempre, pelo menos até as 6 horas da manhã.