25 de set. de 2008

Outro Pai Distraído

O Amazonas recebe, nesta semana, mais um pai distraído.

Meu irmão mais novo, Marcolino Pitombo, veio a Manaus fiscalizar algumas obras. Ele é o pai da Helena, nascida agora em julho, e, segundo minha cunhada, num comentário aí abaixo, também se encaixa na categoria dos pais cujas fichas caem beeem devagar.

Estou começando a obter respostas. Será um problema de família??

21 de set. de 2008

Uma ligação no meio da noite

Às vezes, o pai distraído também é sonolento.

Este é o mês do bebê no Discovery Home & Health. Partos, obstetras, mamadeiras, gêmeos, fraldas, arrotos, refluxos, cólicas, choro noturno, cesarianas, parece que, mais hora menos hora, vão pular da tela e cair no chão aqui da sala.

Sexta à noite, estávamos assistindo a uma maratona de nascimentos e cuidados com o bebê. A Bellinha já havia ido dormir, e eu estava ali, no esforço para continuar acordado. Não que os assuntos não fossem interessantes e importantes, mas a semana de atividades estava vencendo.

Faltavam quinze minutos para o programa terminar, e eu fui arrumar a cama (para ir adiantando e nela só cair dali a pouco). Resolvi deitar e aguardar minha esposa, mas acabei adormecendo.

Dali a pouco, ela se deitou e eu, vendo que caíra no sono, tentei me justificar e bancar o "sempre presente". Disse que estava ali e que, se ela precisasse de algo durante a noite, era só ligar.

Na hora ela começou a rir e eu "acordei": normalmente, essa é uma frase que falo quando nos despedimos pela manhã. À noite, à beira do sono, a frase pronta é diferente: "Boa noite, qualquer coisa você me chama."

Além das risadas, o episódio me mostrou que preciso renovar meu repertório, urgente.

15 de set. de 2008

Uma lasanha na hora certa

Quando se fala em gravidez, duas palavras são sempre lembradas: enjôos e desejos. Principalmente quanto a estes, muitas são as histórias e os "causos".

Pedidos absurdos feitos de madrugada, misturas um pouco suspeitas, vontades pra lá de estranhas - são os desejos de mulher grávida. E ai de quem não os atender, pois o menino pode nascer com cara de queijo, de lua, de não sei mais o quê...

Graças a Deus, minha esposa tem experimentado alguns desejos bem tranquilos de atender. Em geral, são comidas típicas aqui do Norte. Outra noite foi um tacacá, às vezes é sardinha com farinha, até mesmo um pato no tucupi. A maior parte das vezes o que ela sente é fome mesmo, por conta das demandas do curumim, que cresce e cresce a cada dia.

Ontem nós presenciamos o que foi, até agora, o desejo mais incomum. Noite de domingo, muita preguiça, vontade de não fazer quase nada. Havíamos almoçado fora, e eu já pensava o que comer de noite: pedir uma pizza, um sanduíche, quando ouvi: "Vontade de comer lasanha!"

Eu pensei, ai, meu Deus, pois meus dotes culinários se resumem ao uso do telefone. Já comecei a planejar uma ida a uma casa de massas próxima aqui de casa, quando ouvi a segunda frase: "Eu vou fazer."

Daí, fui preparar a lista, ir ao supermercado, comprar os ingredientes e dar uma de marido interessado na cozinha. O que quer dizer: mexer alguma coisa no fogo, colocar a mesa e abrir o refrigerante. Só.

A lasanha ficou pronta depois das nove da noite. A Bellinha nem teve pique para esperar, acabou dormindo. Depois de saborear, percebi mais uma vez o valor da intuição feminina. Foi uma lasanha na hora certíssima, fechou o dia muito bem. E eu peguei uma carona deliciosa no desejo alheio.

Utilidade Pública - Atualizado em 22/09/2008

Se você, marido de mulher grávida em Manaus/AM, for surpreendido por um pedido de sardinha frita em uma noite de segunda feira, não se preocupe. Seus problemas acabaram!

O Ponto do Peixe, restaurante especializado nos pescados amazônicos, abre de segunda a segunda e tem um cardápio para todos os gostos e desejos. Fica na Avenida Tarumã, 539, na Praça 14.

Não falamos aqui da sardinha em lata. O desejo foi direcionado para um peixe regional, conhecido popularmente por sardinha, do gênero Triportheus e muito abundante na região amazônica. Veja aqui foto de um exemplar.

14 de set. de 2008

Um Curumim

Realizamos um ultrasom nesta semana e quase tudo indica que o bebê em gestação é do sexo masculino.

A médica, muito informal, disse ter avistado algo como "uma salsicha no meio das pernas". Ela não quis afirmar categoricamente, mas parece que é mesmo um varão.

Se confirmado, o nome será Pedro. É um nome que sempre foi muito simpático, tanto a mim como a minha esposa. Por alguma razão, não há nenhum Pedro em minha família.

Já na família dela faltam dedos para contar os Pedros, a começar do avô. É Pedro Humberto, João Pedro, Pedro Carlos, Pedro de Jesus, e por aí vai.

Há, ainda, uma outra razão, muito especial, para a escolha desse nome. Meu saudoso avô Martinho, de quem herdei o nome e o gosto pelos livros, queria em sua família os nomes dos apóstolos de Jesus.

Temos Mateus, Marcos, João, Tiago, André e Felipe, e agora chega o Pedro. Outros nomes bíblicos presentes são José, Daniel, Rafael e Gabriel.

Atualização em 25/09 - Esqueci-me do Paulo, marido da Gisele.

7 de set. de 2008

A Gestação

Nossa gestação já anda pelo terceiro mês. Tecnicamente, o bebê já é um feto, deixou de ser embrião.

Hoje, independência do Brasil, de certo modo também é a "independência" do nosso filho, pois os manuais, os sites de bebês, as milhares de mães que trocam mensagens nesses sites, até os médicos mencionam que os três primeiros meses são os mais críticos.

Nós sabemos disso muito bem, pois há quatro anos tivemos uma gestação interrompida naturalmente, do primeiro para o segundo mês, sem uma causa aparente.

A diferença agora é que realizamos um procedimento para a gravidez - sempre falo que meus soldadinhos ou são preguiçosos ou desertaram. Implantamos três pequenos embriões e, graças a Deus, um deles se agarrou e começou a crescer.

A previsão é que ele/ela nasça em março de 2009.

Reflexões

O fato de existir um pequeno ser em desenvolvimento bem próximo a nós está trazendo muitas reflexões.

Na internet existem zilhões de imagens e até vídeos de embriões e fetos em formação, mostrando as diferenças entre as várias fases da gestação. Compramos até um documentário do Discovery que mostra em detalhes como o bebê vai crescendo.

É muito interessante, pois o bebê depende, absolutamente, em tudo da mãe. É ela quem o protege, alimenta e sustenta. É ela quem abre mão de uma silhueta esbelta, de noites de sono, de equilíbrio hormonal e emocional, de uma vida sem enjôos, e de uma série de situações e condições.

Eu sei que isto é muito óbvio, mas parece que em geral os bebês se esquecem, ou mesmo nem se dão conta disso.

Você já agradeceu a sua mãe por ela ter enfrentado tudo isso para que um dia você pudesse ser quem você é?

Você já parou para pensar que, se sua mãe não quisesse, ou não tivesse a coragem suficiente, você nada seria?

É claro que a maioria das mães também se esquece disso, e não fica cobrando a criança por tudo o que fez por ela. Fez por amor, e o amor basta. Essa é a expressão maior do amor materno.

Mas voltemos a pensar em nossa própria condição. Qualquer criatura na face da Terra dependeu de outra para tudo, pois todos nascemos de uma mãe. Se pensássemos mais sobre isso, seríamos mais humanos, menos individualistas, pensaríamos bastante antes de adotar qualquer posição egoísta.

Vou ligar para minha mãe agora.

Por que distraído?

Essa é uma boa pergunta: por que sinto-me um pai distraído? Para conseguir respostas, ou ao menos tentar, resolvi escrever.

Racionalmente, tudo está perfeito: queríamos a gravidez, planejamos, consultamos especialistas, submetemo-nos ao tratamento e hoje estamos em gestação. Olho para a barriga dela e penso: puxa, tem um pequeno ser lá dentro crescendo. E eu ajudei a fazê-lo entrar.

Mas sinto que alguma coisa falta, algo que não consigo definir. Parece que todo mundo sabe de alguma coisa a mais e não quer me contar. Daí a sensação constante de ser distraído, e estar perdendo o melhor da festa.

Eu sei que a mãe tem ligações muito mais profundas com o bebê, sei que o instinto materno é uma conquista milenar de nossa espécie, e que o pai muitas vezes fica meio de lado, sem um envolvimento maior. Mas será que é isso mesmo?

Mais uma vez, obrigado por vir até aqui.

5 de set. de 2008

Começando hoje


Ontem comemoramos o aniversário de nossa filha mais velha. Na verdade, a data correta é dia 3, mas fizemos no dia seguinte para facilitar a vida de todo mundo (hoje é feriado, pudemos acordar mais tarde).

Antes de cantarmos os parabéns, resolvi de improviso agradecer a presença de todos. Na hora, uma inspiração bacana surgiu: criamos nossos filhos para dois objetivos principais.

O primeiro é que eles cresçam responsáveis, ou seja, sabendo responder pelas consequências de seus atos. Sabendo que quem planta, colhe. Sabendo que podemos escolher vários caminhos, mas que somos "escravos" dessas escolhas.

O segundo é que eles sejam capazes de lutar pela própria felicidade. Ninguém se iluda achando que pode legar felicidade a seus filhos. O que podemos fazer é torná-los aptos a fazer a eleição de seus próprios ideais e estimulá-los a alcançar. Ninguém pode pré-determinar o êxito nas ações de sua prole - nem nas nossas ações conseguimos isso! Mas podemos lhes apresentar recursos para que eles persistam nas metas que um dia escolheram.

A comemoração foi muito boa, e ela gostou bastante.