19 de mai. de 2009

Mãe e Amor

Homenagem quase tardia às mães (o mês ainda não acabou).

Diz um ditado judaico que, não podendo estar em todos os lugares, Deus então criou as mães.

Há nesse dito uma licença poética, pois a ideia de Deus por si só fala de sua onipresença; o objetivo do provérbio é ressaltar a grandeza do amor materno, tido como expressão mais próximo do amor divino.

Alguns meses atrás, a cidade de Manaus assistiu a uma demonstração desse amor. Uma jovem, por nome Socorro, caminhava em uma movimentada avenida junto a seu filho de 4 anos.

No próximo dia, seria comemorado o aniversário de 5 anos do garoto, e mãe e filho haviam buscado na confeiteira o bolo com que a data seria celebrada.

De súbito, na energia de seus poucos anos, o filho desprendeu-se das mãos maternas e arrojou-se perigosamente na via pública. Um ônibus ameaçador surge, em velocidade inadequada para o local, posto que grande é o número de pedestres ali.

Sem hesitar, a mãe lançou-se atrás do filho, conseguindo empurrá-lo e desviá-lo da rota do coletivo. Seu gesto heroico, entretanto, não a livrou do choque. Socorro faleceu enquanto era atendida pelo serviço de urgência.

Entre as reflexões que realizei nos dias subsequentes ao fato, compreendi que ela deu ao filho, pela segunda vez, a vida. Sacrificou-se, para que ele pudesse viver. Deu o que tinha de mais precioso para permitir que ele seguisse adiante.

A tarefa materna, acredito, representa um intenso programa de atividades que Socorro realizou em poucos segundos.

Qual mãe não sacrifica suas horas de sono para amamentar seu pequeno rebento?

Qual mãe não abre mão de suas horas livres para poder acompanhar de perto o crescimento de seu filho?

Qual mãe não adia a concretização dos próprios sonhos para que os filhos realizem os seus?

Qual mãe não ensina com doçura o que a vida impõe muitas vezes com dor e aflição?

Qual mãe não tem um estoque infinito de paciência?

Qual mãe não deseja, acima de tudo, que os filhos sejam felizes e possam encontrar o próprio caminho?

Um comentário:

Anonymous disse...

Cada vez mais eu admiro a sua sensibilidade... Que bom que você é meu filho... (orgulho, no bom sentido). O mundo precisa de muitos "kecos" para melhorar.
Sempre que leio o blog, mais acredito no amor...
Beijos, a mãe